16 de nov. de 2009

MISS IMPERFEITA

Olá minhas amigas...

Em primeiro lugar quero me desculpar pela ausência de quase 2 meses. Quero reconhecer que cheguei a conclusão que não sou mulher maravilha. Estou tendo uma dificuldade danada de conciliar meus papéis (mãe, esposa, filha, irmã, enteada, sobrinha, neta, nora, cunhada, amiga, profissional, dona de casa e ai vai... ah! sem esquecer que no meio disso tudo ainda sou aspirante a empresária com meu negócio de camisas).


Todos os dias sofro uma pressão danada de todos que me amam e que dependem da minha atenção e ainda tem as cobranças não menos estressantes vindas do meu trabalho.
Tem dias que acho que vou surtar de tanta coisa para fazer.

Essa é a vida da mulher "moderna", a mulher 2.0.
Acho que nós mulheres somos mesmo vitoriosas por tudo que conseguimos fazer. Dúvido que qualquer homem nessa face da terra conseguiria tal jornada de trabalho. Fazendo uma leitura nos últimos 50 anos o papel da mulher na sociedade mudou muito, porém as cobranças são as mesmas, agora temos responsabilidades fora de casa, mas ainda somos cobradas pelas atividades da casa e filhos como se ainda fossémos do lar. Aiii que raiva daquelas mulheres que queimaram o sutiens pela "liberdade" feminina.

Diante disso tudo, tive que organizar minhas prioridades, coloquei tudo no papel e o blog foi a primeira coisa que tive que deixar em stand by. Sorry!!! A gente vai superlotando nossa caixa de tarefas e quando vê não tem tempo para mais nada. E foi isso!!
Agora mais organizada vou tentar escrever pelo menos uma vez por semana. Ok?

Hoje vou postar uma mensagem antiga, que ilustra muito esses momentos que passamos: Miss imperfeita - de autoria de Martha Medeiros e publicada no Jornal O Globo.

Para quem já conhece vale a pena ler de novo, para quem não conhece é uma ótima reflexão do que realmente importa nessa vida.

MISS IMPERFEITA

"Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes.Sou a Miss Imperfeita, muito prazer.
Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo:
a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você é, humildemente, uma mulher. E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante.
Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.
É ter tempo.
Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias.
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.

Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.
Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga.

Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada.
Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir.
Desde que se lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir dessa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo.
Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante".

(por Martha Medeiros)

Tenham uma excelente semana!!




P.S.: o Pedro já fez 1 ano e 2 meses, está andando para todo lado e lindooooooooo... fala um monte de palavras e está cada vez mais esperto. De tudo na minha vida, a coisa mais especial, mas deliciosa e gostosa de fazer e estar com ele. Posso chegar em casa estressada com tudo mas quando ele vem correndo me abraçar esqueço de tudo isso. Na próxima postagem eu conto tudo que tenho aprendido com ele.

6 comentários:

Carol disse...

Mey!
Estava louca de saudades! Que bom que você voltou. Amei este seu post!
E inspirada na nossa conversa hoje no telefone vou fazer a Semana do Sono no blog do Paulo Neto.
Se você quiser escrever alguma coisa sobre este assunto, alguma que você passou ou está passando, vou postar no meu blog em sua homenagem, OK?

Grande bjo de sua amiga e fã,
Carol.
pensopauloneto.blogspot.com

Deinha disse...

Amigaaaa, saudade de vc! O Pedro deve estar realmente maravilhoso!!
Não queira ser a mulher maravilha. Temos sim que abdicar de algumas coisas, dizer não para outras. Faz parte!!!
Toda felicidade do mundo pra vc!! Saudade grande!!

Mamãe do Rafa disse...

Oi Meyriele,
Me chamos Roberta e acabei achando seu blog por acaso. Moro em SP e tenho um bebê de 3 meses e mio, o Rafael. Gosto muito de ler seu blog, me ajuda muito! Agora estou me preparando para voltar ao trabalho e deiar meu filho...Também adorei este texto da Miss Imperfeita!

Catia - mãe do Gabriel disse...

oi Mei
que bom que vc voltou.
beijos

Anônimo disse...

Olá, Que bom que você voltou! estava com saudades de seus post´s e suas preciosas dicas.Bjs Cris...

Rafaela disse...

Oi,vejo seu blog há muito tempo,tem me ajudado muito durante a gravidez!Obrigada!