3 de dez. de 2009

Finanças após ter um bebê


Recebi uma matéria super interessante do Bebê.com da Abril sobre finanças após ter um bebê, confira:

10 dicas para não entrar no vermelho Por Giuliano Agmont
Foto Alex Silva

O bebê invade nossa vida e nesse momento percebemos que a antiga planilha não condiz mais com as despesas da casa, mesmo que você tenha se planejado para isso. Mas, afinal, qual a origem do rombo? O desfalque pode estar sendo causado pelos pequenos gastos, aqueles a que não damos muita atenção no dia a dia, mas que fazem toda a diferença no final do mês, como a conta da farmácia, o extras do supermercado, os bodies novos do recém-nascido. Para ajudá-la a reorganizar seu orçamento doméstico, mapeamos todos os gastos médios do primeiro ano de vida do seu filho. Esse é um passo fundamental para atualizar sua planilha e, de quebra, lá na frente, financiar seus sonhos, seja o pagamento de uma boa escola, seja uma deliciosa viagem em família.

1. Os gastos com a babá vão além do salário
Nas finanças domésticas, essa profissional vira um item importante da planilha. Afinal, ela ganha um salário de pelo menos R$ 600, podendo superar os R$ 2 mil, além de transporte e encargos trabalhistas, como férias e 13º. Mas a conta não acaba aí. Sem se considerar avarento, pense que a nova empregada vai usar a casa o dia inteiro. Resultado: contas de luz, água, telefone, gás e mercado aumentam, invariavelmente. Pode parecer insignificante, mas não é. Refeições, banhos, usos de eletrodomésticos, ligações interurbanas, pratos quebrados... Tudo dobra, e o preço disso é alto. Se ela dorme no serviço, então, os gastos sobem ainda mais, já que a moça vai lavar roupa, assistir a TV, ouvir rádio, jantar e assim por diante.
2. Os extras da escolinhaAo colocar na sua planilha o item escola/creche/berçário, inclua aí também o transporte – caso você opte pela perua escolar – os eventuais lanches na cantina e as atividades extracurriculares. Sim, você terá que desembolsar alguns bons reais para pagar o presente do Dia dos Pais, a fantasia da Páscoa, a festa junina, as excursões, as comemorações de fim de ano etc. Outro ponto a ser observado com atenção é o padrão de consumo dos amigos. Se os coleguinhas do seu filho têm brinquedos e hábitos de lazer caros, acredite, você vai fazer de tudo para proporcionar o mesmo a ele, nem que para isso precise entrar no cheque especial.

4. As roupas têm vida curta
O item vestuário talvez seja o mais capcioso do orçamento doméstico. As crianças crescem rapidamente e perdem tudo em um piscar de olhos, e nem sempre os gastos com roupas novas são contabilizados no orçamento mensal. Por isso, vale a pena abrir uma janela na tabela de despesas mensais: roupas e acessórios.

5. É importante ter uma reserva para as despesas médicas
Saiba exatamente o que seu contrato cobre para não ter surpresas. Existem inúmeros casos de pessoas que ficaram na mão quando mais precisaram do convênio, como diante da necessidade de um parto prematuro seguido de uma longa internação ou outras situações inesperadas. Caso você opte por levar seu filho a um médico que não seja do plano de saúde, lembre-se de que no primeiro ano de vida o bebê precisa visitar o pediatra uma vez por mês. Contabilize, então, os gastos dessas consultas. Não se esqueça, também, das vacinas que não são disponibilizadas gratuitamente na rede pública de saúde. Poucos pais se lembram delas quando estão grávidos. Só que elas custam dinheiro. Ponha no papel. Em um ano e meio, o desembolso pode chegar a mais de R$ 1,5 mil.

6. Os gastos com itens de farmácia são os que mais sobem
Os gráficos disponibilizados pelas operadoras de cartões de crédito para seus clientes comprovam: os gastos com itens de farmácia são os que mais sobem quando se tem um filho. Fazem parte dessa lista fraldas, lenços umedecidos, pomadas para assadura, algodão, xampus, antitérmicos, analgésicos e antibióticos.

7. O enxoval continua mesmo depois que o bebê nasce
Os nove meses que antecedem o parto são de muitos gastos. Os pais compram berço, cadeirão, bebê conforto, carrinho de passeio, cadeira para o carro, roupas e tudo mais. É uma despesa alta, porém previsível. O que ninguém conta para essa família recém-crescida é que em pouco tempo uma nova leva de produtos específicos para o bebê terá de ser adquirida. Os desavisados acabam, então, tendo de arcar com o umidificador e o ventilador para os dias de calor, o inalador para o nariz entupido, o abajur para contar história... Isoladamente, não são produtos que vão falir um casal, mas, no bolo orçamentário, principalmente se não estiverem no planejamento, podem fazer a diferença, sim.

8. Despesas tamanho família
Basta sair de casa para programas até então simples, como ir a um teatro e depois comer fora, para entender que os fins de semana encareceram. As férias e os feriados também. Viajar com crianças significa gastar mais com passagens, hospedagem e infraestrutura. Mesmo porque não dá mais para topar de cara qualquer roteiro. O local deve ser apropriado para o público infantil, de preferência, com monitores e muitas atividades. Em outras palavras, mais despesas. Nesse caso, o planejamento e a divisão do gasto por mês é a melhor orientação.
9. As atividades extras costumam virar ordináriasMal o bebê completa 4 meses e os pais já estão a postos para matriculá-lo na natação. Com o passar dos anos, vêm o judô, o balé, o inglês e assim sucessivamente. Tem também o acompanhamento fonoaudiológico, os óculos e o dentista. Até chegar ao cabeleireiro infantil, que custa mais caro porque oferece cadeiras de bichinhos e telas com os desenhos mais desejados, além de sala com brinquedos. Pois é, essas despesas também pesam e ajudam a bagunçar o orçamento de quem não se organiza.

10. Tenha sempre um fundo de emergência
Fazer um planejamento financeiro para a chegada de um bebê significa enxergar todos os gastos e computá-los em uma planilha. Vale aqui conversar com amigos que já tenham filhos e saber as despesas reais. Significa também estar atento ao que é mensal, bimestral, trimestral, semestral ou anual. Os gastos devem ser divididos por mês. O ideal é calculá-los com base no total do ano, incluindo despesas pontuais, mas previsíveis, e dividir tudo por 12. Fazendo isso, você terá seu orçamento. Se não for mais do que você ganha, está no caminho certo. Se for, trate de remanejar. Ainda assim, é preciso considerar que os filhos são cheios de surpresas. Portanto, viva sempre com um fundo de emergência. Consultores: Marcos Silvestre, economista, coordenador Geral do Programa de Reeducação e Orientação Financeira da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Luis Carlos Ewald, economista e engenheiro, professor de Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV/RJ) e autor do livro Sobrou Dinheiro!; e Cássia D´Aquino Filocre, especialista em educação financeira e representante do Brasil no Global Financial Education Program.

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