24 de set. de 2010

Como educar uma criança?


Vamos falar sobre educação dos nossos filhos?
Essa semana, conversando com a Gianna, amiga minha e mãe do Pedro de também 2 anos, tocamos no assunto sobre como educar nossos filhos.
Chega uma fase, em especial após os 18 meses que começa a ficar mais evidente os traços de personalidade e os comportamentos. E com isso vem as birras, teimosias, brincadeiras perigosas, briguinhas com colegas e desobediência.

O que fazer?
Até pouco tempo ele era nosso bebê. Agora já está crescendo e chegou a hora de educar.
Na verdade, a educação começa muito antes disso tudo, antes dele andar, falar, ainda quando é bem bebezinho. Mas como?
Não existe receita de bolo.

Cada um criança é única e nós pais vamos ter que entender a linguagem dela para escolher o melhor caminho para educar.
O que existe são estratégias que a gente pode usar para chegar lá. Tenho falado muito com vocês sobre rotina, estabelecer horários programados para alimentação, banhos, brincadeiras e sono, não é mesmo? E é aí que começa a educação, desde o berço.

Desde muito pequenininho vamos ensinando nossos filhos que eles precisam ter limites. Fazemos isso quando eles fazem mainha pra gente pegar e a gente espera um pouco (porque mãe sabe o que é manha), chora sem motivo aparente e conversamos para eles pararem porque não tem motivo, não quer dormir na hora certa e ensinamos a dormir conforme o combinado.
Os erros na educação começam exatamente nessa fase, quando a gente começa a quebrar as rotinas para atender as "demandas" deles. Sei porque também faço isso, o exemplo é o Pedro dormir no meu quarto até hoje.
É totalmente compreensivo que aqueles rostinhos lindos nos encantem e consigam fazer da gente o que querem, mas não se enganem! Aquelas bochechas redondinhas, aqueles sorrisos lindos e aquele cheirinho entorpecedor não é atoa. Eles tem o poder de nos encantar e nos desviar de nossas convicções. Não é de propósito, eles são lindos de natureza. Chega a ser uma defesa natural.

Mas nós pais, temos um dever muito grande na sociedade, preparar filhos saudáveis emocionalmente, concientes de seu papel no mundo, que tenham temperança, domínio próprio e que saibam respeitas as leis e os outros. Não é atoa que muita coisa desordenada tem acontecido hoje. Os pais tem perdido o controle da educação de seus filhos, terceirizando para escolas, babás. Muitos não tem reservado tempo para o seu principal papel: educar.
E isso acontece por uma série de motivos da vida moderna. As mães de hoje trabalham fora, muitas vezes em grandes jornadas, são independentes, muitas são chefes de família, a figura do pai está muito banalizada dentro de casa, muitos pais usam a permisividade para compensar a falta ou o cansaço e os papéis estão totalmente invertidos dentro das famílias. Isso tudo causa uma confusão de valores na cabeça de nossos filhos.
O que temos que saber é que não somos mais ou menos pais por trabalhar fora, por ter grandes jornadas de trabalho, por querer uma vida melhor para nossos filhos. Temos é que nos organizar para dedicar tempo de qualidade para nossos filhos, em especial para educar.
Uma desculpa clara para não educar é: "Deixa pra lá, fico tão longe dele, quando estou em casa não quero ficar brigando". Isso é o mal da educação de hoje, tentar compensar com falta de disciplina a falta. Ninguém deve se sentir culpado por trabalhar. A minha mãe trabalhava 24 horas seguidas dando plantão em hospitais, mas quando chegava em casa ela nunca se privou de dar uma correção na gente, caso precisasse. Pra mim ela era a autoridade, o não dela não tinha volta.
E é isso que temos que seguir, nossa responsabilidade é instrur, educar, entender e encaminhar nossos filhos.

Mas voltamos a pergunta que nos tormenta: como educar nossos filhos?

Algumas regras colaboram no processo da educação infantil:
Educa o seu filho segundo o caminho que é para ele; mesmo quando envelhecer não se desviará dele.” (Provérbios 22:6)


1. Estar dispostos a empregar tempo na educação: sentar junto no chão para brincar e desenvolver raciocínios do que é comportamento bom e ruim dentro das brincadeiras.

2. Manter comunicação constante: as conversas fazem parte fundamental da educação. Olhe para seu filho nos olhos, abaixe na sua altura, fale com ele sobre o que aconteceu, sobre a sua frustação e as consequências se acontecer dinovo. Com um ano e meio eles já começam a entender melhor isso, com 2 anos tem clareza e memória desenvolvida para lembrar do ensinamento.

3. Não atender as birras: é um ciclo vicioso que não tem fim. As birras devem ser comportamentos abominados. As crianças devem entender que não é um comportamento bom e que apenas seus pedidos serão considerados e que as birras são ignoradas e até mesmo punidas.

4. Estabeleça regras: é muito importante que as regras sejam claras na educação, horários bem definidos para as atividades como alimentação, brincadeiras, sono, estudo, etc. Além de direcionamentos claros de comportamentos aceitos ou não, inclusive com as penalidades previamente estabelecidas para cada quebra de regra.  "Há tempo para todas as coisas debaixo do céu. . . tempo para rir . . .  tempo para trabalhar. . . tempo para descansar . . . e tempo para saltitar.”Eclesiastes 3:1, 4.


5. Expor à criança que só será atendida se pedir em tom de voz normal: nunca aceite gritos, ensine-os que nesse tom de voz você não consegue entender o que está sendo falado.

6. Não use o medo como método de educação: evite usar os personagens de televisão, animais ou pessoas para amedrontar ou punir os filhos, faz mais sentido explicar que são os pais ou cuidadores que estão educando porque é melhor para ela.

7. Não voltar atrás no que foi dito: isso vale para qualquer idade, principalmente os mais grandinhos que tendem a querer negociar. A negociação deve acontecer antes da decisão tomada, depois disso o NÃO tem que ser não e o SIM é sim. Lembre-se que o tempo gera o hábito. O hábito gera economia. Aos poucos os nossos filhos vão entendendo as regras.


8. Tempo de qualidade: mesmo que vocês trabalhem e a rotina da familia seja corrida, é necessário oferecer algum tempo diário para se dedicar aos filhos, carinho, brincadeiras, conversas sobre comportamento, tempo para tarefas escolares, etc.

9. Acordo sobre educação entre os pais: evite a contradição entre o que é dito entre vocês. A criança se sente confusa e dividida. Discussões sobre métodos de educação devem acontecer longe da criança, mesmo que não concorde não desaltorize o seu parceiro(a).

10. Seja exemplo: os pais são o modelo a ser seguido, tudo que vocês fazem, a maneira como comem, conversam, falam, relacionam entre si oferecem ensinamentos e podem ter reflexos no comportamento da criança. Pense que tipo de modelo é o seu e como tem influenciado no comportamento de seu filho. A Bíblia diz, em Gálatas 6:7: “O que o homem semear, isso também ceifará.” Se os pais querem que os filhos tenham elevados padrões de moral, eles mesmos devem mostrar primeiro que vivem à altura de tais padrões.

11. Não use da violência: se você é do tipo que defende a "educação a moda antiga" repense seus conceitos. Temos mais inteligência emocional que nossos país. Violência gera violência e não leva a nada. E uma palmada doí sim e muito, principalmente se for dada como válvula de escape para a falta de capacidade de controlar sua íra. Agir racionalmente nessas situações ensina a seu filho a gerenciar conflitos de forma inteligente durante a sua vida toda. Lembro-me do respeito que eu tinha pelo meu Avô, o simples fato dele me olhar já me fazia desconfiar que alguma coisa não estava agradando, e ele nunca me colocou a mão e por não ter sido criada com meu Pai ele era a pessoa que exercia esse controle na minha educação. Me colocava de castigo para pensar no que fiz e eu só saia quando ele mandava.
Não tenho idéia totalmente formada sobre as palmadas, hoje eu não concordo e tento não aplicar lá em casa, mas respeito que cada pai e mãe deve dar a educação que achar certa. Esses dias ele bateu num coleguinha e eu dei um tapinha de leve na bunda dele, em cima da fralda, mas depois eu vi que ele nem percebeu e que o tapinha foi mais pela necessidade de punição moral frente as pessoas que esperavam de mim alguma atitude séria (eu me cobrei isso) do que educativo.
 Acredito que tenho que caminhar mais na minha experiência materna, ainda penso em resolver as questões com o Pedro por meio da conversa, de fazê-lo raciocinar sobre seus atos, mesmo que bem pequeninho eu vejo que ele entende. É claro que posso ter que tomar medidas mais severas, mas sei que em tudo Deus vai me guiar e mostrar o caminho. Só não quero agir pela íra, pela falta de capacidade de olhar nos olhinhos dele e conversar, ensinar-lhe. Nem que isso me custe mil vezes e muito paciência.

12. Cuidados com minos materiais: uma coisa tenho certeza, a educação está condicionada em três pilares principais: incentivo, merecimento e punição. Presentear nossos filhos a todo momento, sem ser fruto de merecimento vai torná-lo um adulto sem entendimento de consumo e satisfação. O ato de dar-lhe tudo que quer, brinquedos sem razão ou data específica causa nele uma sensação de felicidade condicionada. Isso não é legal, porque nossos filhos acostumarão com esse prazer, e vai ter uma hora que nada mais vai ser bastante. Ensine-o que existem datas e atitudes para recompensas e quem a felicidade está em pequenas coisas e muitas delas não se precisa e nem se pode comprar.

13. Fale de Deus para seu filho, ensine-o a palavra de Deus: “Tens de inculcar os mandamentos de Deus a teu filho, e tens de falar [deles] sentado na tua casa e andando pela estrada, e ao deitar-te e ao levantar-te.” — Deuteronômio 6:7. É muito importante que nossos filhos saibam quem é Deus e o que Ele tem feito por nós, que Ele tem sustentado a nossa casa, cuidado da gente, que é um grande Pai e amigo para todas as horas. Isso é independente de religião, embora ter uma religião seja importante para colocar em prática esse conhecimento.


13. Mova-se! Não acredite que o tempo, por si só, dará jeito na situação, que é apenas uma fase e que passa. Não haveria sentido em existir a educação. Muitas fases não vão passar nunca se você não tomar atitudes. Existem muitos adultos dando birras até hoje, sem nenhuma noção de subordinação, de respeito a espaço dos outros, simplemente porque não aprenderam isso no tempo adequado.

Enfim, elenquei esses principais tópicos, mas gostaria muito que vocês completassem, enviando comentários, coisas que não citei, métodos que você considera funcional.
No que você acredita? O que tem feito e tem dado certo na sua casa?
 
com amor, Mey

11 comentários:

Carol Siqueira disse...

Mey, acabei de ler este seu post e acho que aqui você falou tudo sobre educação. Ser exemplo, ensinar as coisas de Deus, tomar cuidado com os mimos materiais... tudo isso é de muita importância para os nossos filhos. Parabéns mais uma vez! Lindo post. Carol Siqueira.

Unknown disse...

ótimo post Mey! :D
Esse ficará com a estrelinha de favoritos pra eu nunca perdê-lo de vista! :D
Bjocas,
Carol

Daíze Santos disse...

Acompanho seu blog há exatamente 10 mêses e 10 dias. Com um bb de alguns dias nos braços recorri a internet para me ajudar com alguns cuidados básicos, que até então n estava informada. E encontrei aqui vários textos q tem me ajudado como mãe. Também sirvo ao Senhor, e este foi um dos posts mais lindos. Realmente é uma tarefa difícil educar e acredito realmente que precisamos da direção de Deus para executar esse papel.
Meu filho tem 10 mêses, é o Ryan Pedro e já percebo em sua personalidade características fortes, birras, enfim e estou na fase do NÃO PODE- ele ainda n obedece, olha para mim e sorrir, por mais séria q esteja. Percebo com isso q precisamos mesmo de paciência, respirar fundo e fazer de novo.
Beijos,
Daíze- Feira de Santana, BA.

Danimi disse...

Mey, não é nada fácil, não é? As crianças não vem com manual de instruções e cada uma tem seu próprio temperamento. Concordo com TODOS os pontos que vc escreveu. Eles são aplicáveis a todos os temperamentos.
Mas acho primordial q, nós pais, entendamos o processo de educação, pois saber aplicar cada conceito no momento certo, sem deixar nossas emoções afetarem é um baita exercício.

Mas o caminho é esse mesmo! Obrigada pelas dicas.

Bjks, inté

Ana disse...

Nossa Mey, adorei essa matéria, até salvei ela nos meus arquivos aqui, muito boa mesmo! Vi seu recadinho lá no mue blog e ví o vídeo de porto de galinhas, realmente é o paraíso, tenho certeza que vou gostar demais, pena que é so ano que vem ainda!
Essa semana quero continuar com os orçamentos da festinha. Um bjo

Cele disse...

Mey, qdo vejo aquelas duas petequinhas azuis e bochechas vermelhas me olhando aiai....acho que vou voltar sempre nesse seu post eheheheh Sou maior manteiga derretida kkkk Fora a brincadeira, vc ter falado da importância de Deus na educacäo é TUDO!!!Sou temente á Deus e minha religiäo é católica, que pratico com amor...essa heranca mais a educacäo e amor gera uma boa receita de educacäo pra vida toda dos nossos tesouros!Post Maravilhoso!!!Valeu mesmo!!!Beijao!

Larissa Pesente disse...

Oi Mey... essa sempre foi uma das minhas inúmeras preocupações antes de ter um filho... como educá-lo... e para o mundo né, já que hoje tudo está tão banalizado que não podemos colocar nossos filhotes em baixo do braço e protegê-los sempre! Daqui um tempinho, com certeza, vou reler as informações aqui deixadas para nós...
Fiquem com Deus...
Bjo bjo

Mi disse...

Amiga..adorei esta materia. Sou testemunha do seu esforço para educar o Pedro e admiro isso..bjs

Anônimo disse...

Gostei do post, muito bom e completo, aborta muito bem o assuto. Só fiquei frustrada em saber q só com 1 ano e meio eles começam a entender. Minha filha tem 1 e 3 meses e já se comporta assim.: birrenta, chorrona pra conseguir o que quer, não obedece de jeito nenhum. Tento educa-la mais não adianta muito, ela não ouve e não aceita os castigos !!

Marisol

Fam.Yamamoto disse...

Oi Mey... achei seu blog agra pouco... procurando ajuda sobre educacao... minha bebe tem 1 ano e 9 meses, e nw obedece,,, tem i genio muito forte... asveces eu acabo perdendo a paciencia... sei q isso e pior... mais ela vive mw testando... na verdade quero uma luz... li com calma tdas suas dicas... e vou tentar por em pratica tdas e cada uma dela... contar ate 100000000 e ter mta paciencia...

obrigada
bjs
Alicia, Japao

Consultora em Educação disse...

Ambientes barulhentos agridem

Na 22ª. segunda semana de gravidez, a cóclea, órgão que abriga todos os componentes da audição dentro da orelha interna, já está completamente formada. Isso quer dizer que o bebê ouve a mesma coisa que você.

Estudos já demonstraram que o líquido amniótico pode amplificar alguns tipos de som, como os muito graves. A voz da mãe também é amplificada em cerca de 5 decibéis.

Um estudo chegou a mostrar que mulheres que trabalhavam oito horas por dia num ambiente de muito barulho (em volumes que exigiam proteção auricular) corriam mais risco de ter bebês com problemas auditivos.

Além disso, é preciso considerar que um barulho muito forte faz com que o organismo da mãe produza hormônios ligados ao estresse, fazendo o coração acelerar, o que não é bom para a saúde cardíaca do bebê.

Os bebês, desde o útero materno, ouvem e reconhecem vozes. Sabe-se também que são capazes de sentir emoções da mãe, de se assustar e que após o nascimento terão memórias da vida intra uterina.

O psiquiatra canadense Thomas Verny explica no livro “Bebês do Amanhã: Arte e Ciência de Ser Pais”, que desde os primeiros meses de gestação, a criança é capaz de identificar certos acontecimentos.

“Com 4 meses e meio, se você acender uma luz forte na barriga de uma gestante, o bebê vai reagir. Se fizer um barulho alto, ele tenta colocar as mãos nas orelhas. Se colocar açúcar no liquido amniótico, ele vai dobrar a ingestão. Bebês gostam de açúcar! Quando se coloca algo amargo, o bebê para de tomar o líquido e faz cara feia. Eles sentem a diferença entre doce e amargo, reagem à luz, ao toque e ao barulho.”

Vídeo-game e todos os brinquedos sonoros devem ser avaliados pelo som que emitem. “O sistema auditivo é um órgão sensorial extremamente delicado e passível de lesões se for muito carregado, principalmente em bebês, que têm uma sensibilidade auditiva muito apurada. A célula ciliada do ouvido interno do bebê sofre com o ruído excessivo e esse abuso pode acabar levando à sua destruição”, alerta o otorrinolaringologista Jamal Azzam.

A indicação é sempre manter os pequenos longe de ambientes muito barulhentos, seja um local fechado ou na rua, onde o som do trânsito também causa incômodo. Se for inevitável fugir desses locais, o ideal é proteger os ouvidos da maneira certa. “Muitos pais usam algodão para tapar o canal auditivo, mas isso não garante a vedação necessária do som. Uma opção é usar fones de ouvido de boa qualidade que preservem a audição”, finaliza Azzam.

“Há uma região no cérebro chamada “tálamo”. Esta é a parte do cérebro na qual a música é percebida. No tálamo as emoções, sensações e sentimentos são percebidos antes destes estímulos serem submetidos às partes do cérebro responsáveis pela razão. A música, portanto, não depende do sistema nervoso central para ser assimilada imediatamente pelo cérebro. Ela passa pelo aparelho auditivo, pelo tálamo e depois vai ao lobo central.

A “batida” que substitui o ritmo provoca um estado de emoção que a mente não discerne. Desorganiza a química. As batidas graves da percussão afetam o líquido cerebrospinal.
O volume (amplificado) das músicas acima de 50 decibéis prejudica a audição e a saúde cerebral”.


Ivone Boechat